O
que é Fasciolíase?
A fasciolose, também chamada de fasciolíase, é uma doença causada
pelo parasita Fasciola hepatica e, certas vezes, pela Fasciola
gigantica. São parasitas dos canais biliares de bovinos, ovinos,
caprinos, suínos, equinos e, raramente, do homem, sendo mais comum
nos ruminantes.
Fasciola hepatica |
Os parasitas presentes nos canais biliares irão lançar os ovos pela
bile que irão ser eliminados juntos com as fezes. Quando em ambiente
aquático irão dar origem aos miracídios dentro de 9 a 25 dias,
estes nadam livremente na água até encontrar um caramujo de água
doce, pertencente ao gênero Lymnaea, penetrando nestes, alojando-se
nos seus tecidos passando para a forma de esporocistos, onde em seu
interior, formam-se as rédias que se multiplicando de forma
assexuada neste hospedeiro intermediário.
Dentro das rédias são formadas as cercarias que irão deixar o
hospedeiro intermediário, ficando aderidas à superfície das
plantas aquáticas, passando a receber o nome de metacercária, que
serão ingeridas pelos herbívoros quando este alimentar-se das
plantas. Quando se trata do homem, o vegetal ingerido é o agrião.
No trato digestivo as metacercárias irão perfurar a mucosa
intestinal, alcançando o fígado, permanecendo em seu parênquima
por cerca de dois meses. Após esse tempo, irão alojar-se nos canais
biliares, local onde irão atingir a maturidade sexual,
reproduzindo-se assexuadamente, iniciando novamente o ciclo.
O curso da doença nos ruminantes pode ser agudo ou crônico, sendo
que a fasciolose crônica é mais comum. A aguda consiste,
basicamente, em uma hepatite traumática gerada pela migração
simultânea de um grande número de parasitas. A partir de seis
semanas após a infecção as manifestações clínicas se tornam
mais evidentes, com anorexia e dor abdominal ao toque. Em casos
crônicos, são poucos os sinais clínicos, quando há. Existem
características que aparentemente são constantes, como perda de
apetite e palidez das mucosas; edemas submandibulares e do úbere
podem ser observados ocasionalmente. Icterícia praticamente não é
observada no animal vivo. Pode ocorrer queda na produção de lã em
ovinos, sem aparentes sintomas da faciolose. Ocorrem também
alterações nas proteínas séricas, nas células sanguíneas, com o
aparecimento de uma anemia normocítica normocrômica.
Já nos humanos, como são hospedeiros acidentais, a carga
parasitária é bem menor e, consequentemente, as lesões também.
No homem, o diagnóstico desta doença só pode ser feito três meses
depois de ocorrida a infecção, pois é quando os ovos começarão a
ser eliminados nas fezes, sendo visualizados através de técnicas de
microscopia. Como este diagnóstico não é conclusivo, recomenda-se
o teste de ELISA, imunofluorescência e reação de fixação de
complemento. Pode também ser feita a técnica de intradermorreação
através da inoculação de antígenos. Podem ser realizados exames
de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Nos animais
também é feito exame de fezes e ELISA.
O tratamento é feito com a administração do triclabendazol. Para o
homem, a profilaxia é feita evitando-se o consumo de agrião cru,
principalmente quando são irrigados por água de rio, ou adubados
com estrumes. Quanto ao controle e profilaxia nos animais, os que
estiverem infectados devem ser tratados, evitando, na medida do
possível, que defequem perto da água. Também deve ser feito um
controle da população de caramujos Lymnaea, utilizando-se
mulusquicidas, além da drenagem das pastagens alagadas.
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